domingo, 20 de março de 2011










Quando chega o final de semana é sempre a mesma ladainha aqui em casa...Quem vai lavar a louça,tosar o pelo do cachorro, varrer o quintal, tirar as folhas da piscininha, separar as meias das cuecas...Quem vai arrumar as gavetas, atualizar o blog, fazer a lista das camisetas vendidas, bolar o slogan do cartaz, escrever a crônica para o jornal,responder aos e-mails...Quem??!?!

E a pergunta que não quer calar martela cada vez em nossas mentes: quem??!?!

Num ímpeto repentino todos somem só na pegada do crocodilo e sobra apenas eu e Serginho com uma pilha de louça suja, um casal de cachorro fedido, um guarda roupa rebelde, uma casa totalmente enlouquecida pelo tempo e espaço. E ai um fuzila o outro com um olhar e não tem boi: o pau come solto.
- Eu quero assistir o jogo, minha filha.
- Quem vai jogar? - pergunto num miado já sacando a resposta.- Por acaso é o seu time? Nãooooo???????!?! E vc vai assistir pra que?
- Pra catimbar! - kkkk
- O cacete que vai! A sua catimba vai ser na pia, meu filho.Coloca o seu uniforme de Maria e entra com tudo! Quero avaliar o seu desempenho em campo...

- Só vou lavar esta locinha e chega.Hoje é domingo.

- E no domingo vc não suja nadinha de nada? Não mija fora da bacia, não troca de cueca, não seca o banheiro...Não vive, vegeta??!!

Nesta parte da conversa entende-se que já joguei tenis, meia, cueca e toalha molhada no meio do quintal, aos gritos;
- Eu não uso esses cacarecos, não senhor.Nada disso é meu.- ai parto pra ignorância: - E eu tenho que guardar por que? Porque sou mulher e escrava de um bando de macho porco? Por que tenho piriquita? POr que alguém ensinou pra vcs que sou o sexo frágil?Uma ovaaaaaa! Chega de escravidão.

Também nesta parte João Pedro pega a vassoura tentando amenizar a situação.André se faz de morto, Serginho bufa passando pano molhado no chão e Raphael sai de fininho com a prancha embaixo do braço.Abro o berreiro, chuto o balde literalmente, limpo tudo com a maior trombeta do mundo, digo que sinto saudades da época do Fábio, que odeio o destino por ter nos separado.Digo que não tenho ninguém nesta vida ( somente as minhas histórias sem pé e sem cabeça), que sou rodeada por um bando de traíra e viro a cara.E é exatamente nesta parte da história que me encontro agora.

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