quarta-feira, 6 de abril de 2011


A paz reinava dentro de casa e estávamos assistindo TV numa boa, aos risos.João tinha ido até a lan House e Serginho beliscava um lanche que havia feito na hora enquanto André sassaricava no MSN.De repente um tsnumani devastador arrebentou o nosso sossego nos atirando ao chão sem forças para lutar.Raphael chegou como quem não queria nada detonando com tudo.Aquela carinha linda que tanto amo se transformou e desfigurou, assassinando de vez a boa imagem que tinha dele.É o meu filho mais velho, aquele que é xerox do pai, motivo de orgulho e admiração, porém em poucos minutos conseguiu detonar com o império de sensações que havia construído após anos de convivência e paixão.Com suas palavras destrutivas foi chicoteando a nossa harmonia e quase morri afogada com as próprias lágrimas.Disse coisas horríveis sobre nós e não me cabe repetir, censurar, apoiar, criticar...Apenas tento entender o que aconteceu para que agisse daquela maneira.Não consegui dizer nada.Que não sou sua mãe de verdade, é mentira.Que sente vergonha de mim, não acredito.Que me odeia, improvável porque só lhe dei amor.Fui para o meu canto e chorei muitooooo de saudades da minha mãe; a famosa Betty que dizem ter me abandonado aos seis meses de idade.Com certeza eu não conseguiria dizer a ela tudo o que Raphael conseguiu dizer para mim. Acho que é porque o tempo passou, fiquei mais velha e sei o quanto é dolorido sentir saudades de alguém que existe apenas na sua imaginação.

Um dia Raphael irá me procurar pela casa talvez para repetir as mesmas palavras insanas e sem nexo e sentirá o vazio da saudade, este mesmo vazio que sinto agora, porque eu não estarei por perto para poder ouvir.Que pena!

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