sexta-feira, 8 de abril de 2011


Tomei aquele banho gostoso cantando a mesma música no chuveiro, deslizei toda rebolativa no ritmo do samba e vesti a camiseta do projeto para mais um dia de trabalho.Quando abri a porta do meu guarda roupa para guardar o porta meia dei de cara com a cara de um monstro devastador.Soltei um grito com o cabelo em pé e ele recuou todo assustado.Ficamos nos encarando olho no olho e percebi que estava nervoso também.Minha pressão foi na lua:
- Serginho, um ratooooooo! É o filhotinho.O caçula.O xoxózinho da mamãe!Pegaaaaa!
Meus amores, a minha casa é simples, mas seus oito cômodos brilham como uma panela de alumínio.Tenho mil caixinhas com tudo dentro.Adoro cada cantinho cheiroso e organizado.Fico até de madrugada para deixar o ambiente gostoso e convido qualquer um para fazer uma inspeção na calada da noite porque tenho paixão por casa aconchegante.Nada justifica a presença daquela família medonha intimidando a minha família!
Foi um zunzunzun danado! Perdemos a manhã toda tentando achar os outros membros.De repente um biteludo correu para o quintal com o rabo empinado como um espeto.
-É o paizão! Olha lá que bolachudo.
- A Dona Cida encontrou dois na casa dela.Deve ser uma epidemia de rato.
Desmontamos até as maçanetas do guarda roupa...Aliás, Serginho desmontou porque eu fiquei o tempo todo trepada em cima do sofá com um veneno de matar pernilongo na mão:
- O que vc acha que vai matar com este spray RIDÍCULO??! KKK
- Atiro no meio do olho .Deixo ele cego.
Nisso aparece o João Pedro com pedaço de pau na mão.André já é mais ousado e pegou uma bengala de ferro maciço para lhe sapecar a cabeça.
- Quanta maldade.Ai é forçar a amizade, né? Deixa o coitadinho em paz! - gritei, decretando o fim da chacina.

Fui trabalhar com aquilo na cabeça e no final do dia a primeira coisa que vi quando cheguei em casa foi aquele filhotinho morto no meio da varanda.Tadinho! Parecia um bebê!
-Quem foi que teve a coragem de sapecar este infeliz?
E o ratinho se foi daquele jeito tão banal.A noite comemos pizza e com certeza a outra familía deveria estar lambendo os beiços do lado de fora da casa só esperando o momento certo para devorar as migalhas.

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