sexta-feira, 1 de abril de 2011














Cheguei em casa tarde da noite por causa de uma palestra e para variar um pouco, chovia muitooooo.Logo quando virei a esquina a rua tava toda alagada e pra conseguir entrar foi um transtorno daqueles!Minha botinha carrapeta ( motivo de gargalhada alheia) me salvou dos buracos profundos e consegui sobreviver.


Meu cabelo tava um miojo murcho e os meus cartazes ensoparam dentro da mochila.

- Mereço.Quando será o dia da minha sorte, sei que antes da minha morte este dia chegara...- cantarolei imitando o meu pai.Ele adorava esta musica.

O nosso Gugolino continuava arriado no canto do quintal que transbordava água da chuva pelos buracos do muro.Ainda bem que levantamos a casa e não sofremos mais com a enchente.Quando coloquei o cabeção na entrada os meninos gritaram em coro:
- Mãe, a gente tem uma surpresinha para você! Corre!
Serginho ria deitado na rede.Esta imagem de tranquilidade me fez agradecer a Deus mais uma vez porque em outras épocas estaríamos puxando a água, rezando para que a chuva desse um tempo.Vinte anos nesta situação! Imagina quantas enchentes sofremos? E o quanto sofremos com as enchentes??! Lembro que uma vez liguei para a minha sogra em São Paulo sugerindo que vendesse o terreno no final da rua para que pudéssemos arrumar a casa, pois havíamos perdido tudo e ela aconselhou:
- Começa a comprar os blocos.Eu te ajudo.
- Para levantar um cÔmodo? - perguntei toda animada e agradecida.
- Nãooo, para levantar os móveis! KKK

Foi assim que percebi o quanto éramos importantes para eles.Masssssssss Deus nunca nos desamparou e agora, após anos, conseguimos com o suor do nosso trabalho esta pequena, mas imensa, conquista.

João Pedro me conduzia, em frenesi.
- Mãe, não vai se impressionar...Relaxaaaa! Olha só no chão da sala...Olhaaaa!
Caramba, eles vieram ao meu lado para ver a minha reação.Era o rato, tadinho, ali morto com os olhos vidrados.Raphael deu um grito de guerra:
- Eu matei com uma bengalada na cabeça.Foi uma só!
- Ele tava desfilando em câmera lenta pelo corredorzinho, como se fosse da família! - explicou Serginho.
- Agora já era! - disse André.- Justo hoje que ele ia malhar comigo?!?
Quase chorei.Sério! Meu ratinho querido havia sido assassinado por um de nós! Que traição! Aposto que seus companheiros de queijo chorariam lágrimas de sangue.Foi passear a noite, tomar um arzinho e pum! Nunca mais voltou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário